BERTA, GETÚLIO, PASQUALINI E O VELHO PTB

BERTA, GETÚLIO, PASQUALINI E O VELHO PTB

Histórias da Varig nunca antes reveladas

Berta foi fundador do PTB, sem nunca fazer política partidária

A aproximação de Berta com as autoridades do pais sempre foi uma constante, seguindo ensinamentos de Otto Meyer.  Ele tinha consciência de que a existência da Varig, como a de todas as empresas aéreas do pais, dependiam de concessões governamentais sendo a eficiência e o bom  relacionamento  com as autoridade constituídas fundamentais para a sobrevida, Era situação delicada que a qualquer momento poderia redundar num ponto final . Berta praticou essa ação de forma incansável e qualificada. Getúlio Vargas, por exemplo, nutria por ele admiração, iniciada em 1929, quando usou o hidroavião  Atlântico na viagem histórica paro o Rio de Janeiro lançando sua plataforma política,  voltando e sendo aclamado por uma multidão em Porto Alegre

Alberto Pasqualini foi o ideólogo do PTB, ao mesmo tempo que dava para Berta os conceitos do projeto social na criação da Fundação dos Funcionários da Varig.

Getúlio Vargas foi fundador do Partido Trabalhista Brasileiro  (PTB)  em 1945, mesmo ano em que Berta criava a Fundação dos Funcionários da Varig, fato que fez aumentar ainda mais a admiração de Vargas pelo líder da Varig, considerando o ineditismo do projeto que beneficiava o trabalhador, meta prioritária  do seu próprio programa político.

Conforme a Fundação Getúlio Vargas, que norteia nosso trabalho, a  formação do PTB encontrou sérias dificuldades. O partido não conseguia apresentar o número de assinaturas  de eleitores necessário para a obtenção do registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral  (TSE) As vésperas do prazo final para a concessão, apesar do esforço feito no Rio de Janeiro, São Paulo e no Estado do Rio, faltavam ainda entre sete mil a oito mil assinaturas .A solução encontrada foi a utilização por Edmundo Barreto Pinto, de folhas de papel almaço assinadas, pertencentes ao pedido de registro do Partido Social Democrático (PSD) em coligação que apoiava Vargas. No episódio, Berta não se furtou em aceitar  a convocação para ajudar o partido e, particularmente, sua figura mais relevante, Getúlio Vargas, a quem a Varig devia inúmeros favores. Meyer e Berta  tinham ligações históricas com Getúlio já na criação da VARIG, sendo ele presidente do estado  repassando a companhia subvenção para a construção de um grande hangar para abrigar os hidroaviões. Na Revolução de 30. a Varig retribuiu colocando à disposição dos revoltosos avião e piloto, levando Vargas à presidência da República.

A última gauchada de Vargas – em 52, já eleito presidente da República, tirou NYC da Cruzeiro e repassou para a Varig conquistar o mundo.

 Berta propugnava pelo retorno de Vargas na vida política, o que representaria apoio estratégico do governo nas grandes decisões, consideradas fundamentais para os futuros planos de crescimento da companhia e do pais num todo, tendo o governo do estado como acionista. No exilio na fazenda de Itu acompanhado por Brizola e Jango, Berta fez inúmeras visitas ao futuro presidente. consolidando uma vigorosa amizade, o que lhe valeu, assim que Getúlio  assumiu a presidência, a concessão da linha de Nova York em lugar da Cruzeiro do Sul, recebendo subsidio governamental antes negado a congênere  (considerada a última gauchada de Vargas)

Apesar da participação de Berta no  evento do PTB,  ele nunca se considerou um militante mantendo-se avesso a prática partidária. Admirado por todos os presidentes brasileiros, independente da ideologia, nunca aceitou qualquer cargo  público considerando a Varig sua meta prioritária. Era um ser eminentemente  político, sem fazer política partidária, exceto quando os interesses da Varig estavam em jogo, Enquanto isso, as ideias de Pasqualini  (que aderiu ao partido somente  um ano depois da criação) encontravam barreiras para a implantação.

No exilio de Itu, Getúlio e Berta – planos para fazer a Varig crescer.

Segundo Alzira do Amaral Peixoto, o Partido Trabalhista Brasileiro ( PTB) na concepção de Getúlio Vargas, destinava-se a ser um anteparo entre os verdadeiros trabalhadores e o Partido Comunista, que tinha, então, voltado. à legalidade, vivendo um momento, especial com a anistia  concedida a  seu líder, Luiz Carlos Prestes, que se posicionou ao lado de Vargas contra o nazi-facísmo, participando como aliado no movimento do “Queremismo”  liderado por Alberto Pasqualini. A ideologia usava como base os Sindicatos, controlados pelo Ministro do Trabalho, Alexandre Marcondes Filho, utilizando-se do prestígio  adquirido por Vargas, graças a legislação do Estado Novo, buscava atrair as camadas populares. Nesse interim, as propostas de Pasqualini consideradas radicais, não prosperavam na sua totalidade vindo a acontecer somente após a morte de Vargas, em 54, quando o “Pensador do PTB teve campo livre para implantar duas ideias. Por sua vez, na época,, segundo Berta,  palavras do ideólogo soavam como música nos seus ouvidos e colírio para seus olhos, resumindo tudo  àquilo que desejava implantar, defendendo os conceitos da nova proposta em favor da Varig

Comments are closed.