VARIG E PANAM

VARIG E PANAM

PANAM ESTAVA SEMPRE NA FRENTE

A VARIG ERA PAPEL CARBONO DA PANAM? OU TUDO REPRESENTAVA APENAS UMA CONVERGÊNCIA DE TALENTOS.

Trippe criava tudo.
Berta copiava quase tudo, com sorriso maroto.

A primeira companhia aérea a ligar o Brasil a América do Norte foi a PANAM. A aviação aérea que hoje existe foi inventada pela Pan American World Airways. Berta sabia tudo sobre a PANAM e admirava seu fundador Juan Trippe, acompanhando seus passos como a própria sombra. Valia-se, muitas vezes, dos caminhos traçados por ele, ou tudo não passava de uma gigantesca casualidade?

Em 1943, a Panam salvou a Varig do extermínio, repassando a preço de banana uma frota de Eletrinhas, sobrando no pátio. Nasceu daí um bom relacionamento entre as duas empresas, marcado através dos seus lideres Juan Trippe e Ruben Berta.

 

Na era do jato, Trippe escolheu o Boeing – 707 pela sua modernidade. Berta, de imediato, reservou o mesmo jato. certo que era a melhor opção.

Berta procurou juntar a imagem da Varig ao da concorrente gigante, de forma subliminar, começando pelo visual da frota, usando as cores azul e branco e barriga limpa com o alumínio brilhando, numa chupada escancarada do Boeing – 707, o mesmo da rival, buscando no visual da frota imagem e semelhança. Assim, a pintura de ambas permaneceu idêntica em todos os aviões.

Não satisfeito, primando pelos detalhes, Berta introduziu a Rosa dos Ventos (criada por Jungbluth) projetada na mesma posição da cauda, imitando a marca num estilo idêntico espalhado por toda a frota. causando dubiedade ( tudo que Berta queria).

Com o atraso da entrega dos jatos, Trippe usando seu olho clínico, buscou alternativa no moderno quadrimotor Super Constellation, da Locheed. Berta, de imediato também fez a escolha do mesmo equipamento, num projeto vitorioso bem copiado. Livrando-se de um grande quebra – cabeça o homem da Varig mais analisava do que criava. Com lente de aumento. corrigia, em .seu entender, possíveis pontos e fraqueza acertando na mosca, descobrindo antítodos.

Nos meados de 50 a companhia americana conquistou a incrível primazia em dar a volta ao mundo, coisa que tornou-se. obceção para Berta. Somente nos anos 70, na gestão de Erik de Carvalho, a Varig alcançou seu intento, logo abandonado pelo custo beneficio

Juan Trippe tornou-se pioneiro da era do jato no mundo. Logo Berta correu atrás da façanha nas dimensões de tornar-se pioneiro do jato nos céus do Brasil, conseguindo o feito com o Caravelle, em 59, um ano antes da chegado do jato da Boeing.- Trippe sempre chegava primeiro, mas Berta tinha prazer e interesse em imitá-lo.

Foi com o Boeing  –  707 que a criatura, pela primeira vez, derrubou o criador. Berta deu xeque mate em lance de gênio escolhendo o motor  certo (Inglês) usando o non stop em voo direto, para acionar o moderno jato, na linha de Nova York, enquanto Trippe, agarrado no nacionalismo, ficou com a turbina americana, obrigando -se a fazer escala, que lhe tirava qualquer tipo de vantagem.

Juan Trippe criou a Rede Continental Hotel Corporation ( 200 hotéis espalhados pelo mundo) que servia não somente milhares de turistas, mas também como base dos seus 40 mil funcionários, incluindo sua tripulação. O homem da Varig estava sempre em sua cola. Berta também aderiu a negócio semelhante com a inauguração no Brasil da Rede Tropícal de Hotéis, (herança da Panair) usando os mesmos critérios e objetivos, com destaque para o Hotel Tropical Manaus, sucesso internacional.

Trippe dava muita importância a qualidade do serviço de bordo. Quando a Varig adquiriu o Constellation, encantado com a beleza do avião, Berta, superando estratégia de Tiippe, introduziu algo inimaginável com verdadeiros banquetes a bordo, acompanhado de um atendimento que encantava. Em seguida, a Varig seria aclamada como detentora do mais espetacular serviço de bordo no mundo, ganhando premiações internacionais (representava a segunda grande vitória da criatura sobre o criador).

A derradeira cartada de Trippe, antes da aposentadoria. foi a aquisição do gigantesco Boeing – 747 -400, A Varig foi a única empresa brasileira a incorporar em sua rota o espetacular jato, seguindo uma tendência histórica. Sem os grandes atores o final foi uma lista negra – A Panam ( sem Trippe ) foi a falência. Tempos depois a Varig (sem Berta) seguiu destino semelhante. Da mesma forma que nasceram e cresceram juntas, Varig e Panam tiveram o mesmo fim, em época distintas,

 

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