FILHOS BASTARDOS (PARTE 2)

FILHOS BASTARDOS (PARTE 2)

VARIG COMPROU A REAL – UMA COLMÉIA SEM MEL

1) Eram milhares de funcionários desnorteados, sem rumo certo, como abelhas perdidas, sem Zangão  e nem Rainha, sem produzir mel.

2) A aquisição da Real Aerovias pela Varig, pressionada pelo  então presidente Jânio Quadros,(contando com promessas de ajuda) levou a Fundação, comandada por Berta, a comprar a  empresa, como  “nabos em saco”. Pagou por uma  organização gigantesca, à beira da falência, preço elevado (em dinheiro vivo) numa transação difícil de explicar. Lineu Gomes, enfraquecido por séria enfermidade, abandonou o barco, que ficou à  deriva. A Varig tinha sido escolhida pela sua boa administração, única capaz de absorver o contingente humano da operação, evitando uma tragédia social sem precedentes, com  o desemprego em massa de mão-de-obra qualificada, pondo em risco o futuro do sistema da aviação comercial no Brasil, incluindo a própria Varig.

Berta levou a Real como quem compra “nabos em saco”.

3) Em fins de 1960, Rubens  Bordini foi eleito vice-presidente da Fundação dos Funcionários, sendo nomeado vice-presidente da Varig. cabendo-lhe a difícil missão  de sanar as dificuldades que assoberbavam Berta, tornando-se  o calcanhar de Aquiles –  onde a grande parte do  pessoal emergente da Real regurgitava e merecia por isso uma atenção especial, sob pena da integração almejada por Berta jamais ser alcançada. A  parte podre do abacaxi estava onde o maior contingente dos “filhos bastardos” proliferava. Transferido para São Paulo, recebeu a missão de enfrentar o problema que mostrava-se preocupante.

4)Quando assim se dispunham as coisas, descobriu a Varig que o processo de decomposição  do Consórcio Real já havia avançado bem mais longe do que  supunham as mais pessimistas expectativas. Segundo Bordini me revelou, em matéria publicada na revista Contato da APVAR que eu editava, a situação era dramática – “Existiam  dividas antigas a pagar. Muita gente descontente. Desconfianças. Falta de apoio. Dificuldades agravadas por receita insuficiente. Os estoques das peças estavam esgotados. Os aviões em estado lastimável. Muito pessoal técnico sem o treinamento adequado.

5) Quando criou a  RAI (Rede Aérea Internacional) tendo a mão de Berta no comando. com dedicação total a Varig voava na busca da excelência, para conquistar o mundo. A frota da Real, integrada a Varig,  necessitava de ajustes pesados,(logo providenciados) enquanto seu pessoal técnico e tripulantes, enquadrados nos quesitos da Varig,  tornavam-se, com o tempo, prestimosos colaboradores integrados no corpo de elite da Pioneira.- formando sem atrito – um grupo monolítico, ajudando a trazer resultados positivos no esforço capaz de vencer os desafios da expansão da malha, alcançando Lima,  Bogota, Caracas, México, Miami e Los Angeles – ao mesmo tempo que alavancava subsídios para a  Fundação dos Funcionários melhor exercer sua função social, dando atenção  ao problema que lhe causavam inquietação. Por sua vez a RAN ( Rede Aérea Nacional) capitaneada por Rubens Bordini  dava seguimento ao trabalho pioneiro, durante dois anos, capaz de transformar o limão azedo numa doce limonada,

 

 
Comments are closed.