ÍCARO BRASIL E AS “COPAS DO MUNDO”

ÍCARO BRASIL E AS “COPAS DO MUNDO”

Convite irresistível –  Copa do  Mundo pela Varig e o “clamour” de Paris

Contar a história das Copas do Mundo, divulgada através da revista de bordo Icaro Brasil –  um ano antecedendo o evento, previsto para 1998, foi jogada de marketing  da Varig com efeito imediato – fazendo a empresa reprogramar  a escala dos seus jatos de maior porte para atender a demanda.

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UM ESTÁDIO INTELIGENTE  
Entre os 10 estádios preparados para receber os jogos da Copa, o Stade de France, em Paris, onde o Brasil faz sua estreia, serve de orgulho para os franceses. pela sua modernidade. A cobertura parece um disco voador pousado, pendurado em tirantes, por sua vez, presos a 14 cilindros verticais de aço inox, tal qual foguetes em rampa de lançamento. Sua superfície inferior é um espelho prateado bem polido, tão liso  que reflete a parte de baixo do estádio. Esse reluzente teto flutua 42 metros acima do nível do gramado. Construído como  elegante arena elíptica palco das grandes emoções futebolísticas do ano que vem, tem todo estilo francês – arquitetura sólida e responsável. Com capacidade para 80 mil espectadores .o estádio vai receber nove jogos. A partida  inaugural da Copa 98 será entre o  Brasil (último campeão) e um adversário a ser definido por sorteio.
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OS TRÊS CARTAZES QUE ENCANTARAM O MUNDO
Parece que ninguém até hoje tinha prestado tanta atenção aos posters de todas as Copas de 1930 até 1998, do que os três destacados publicitários que Icaro Brasil visitou para discutir  bom gosto em 68 anos de ilustrações futebolísticas Ana Carmem Longobardi, do grupo Talent e Talent Biz e Marcelo Serpa, sócio diretor de criação da Almap, mais Washington  Olivetto, presidente da W/Brasil, examinaram o conjunto do trabalho e opinaram.
 
Ana Carmem se encanta com o poster de 1954 -“lindo, classe suiça” Mas julga o de1930 o mais bonito -“ousado para a época” autentica art decó. Já Marcelo elege o de 1954 como o mais bonito de todos: imagem limpa, elegante, poucos traços, tudo muito lúdico e leve, mas destaca também o de 1930 – digno, livre, art déco. Já Olivetto considera o poster de 1954  bem suiço, limpo, asséptico, com a visão de trás do golo como só poderia mesmo ocorrer no país inventor do  “ferrolho” no futebol, jamais num país ofensivo.  Ele elogia o cartaz de 1938, sem explicar por quê., Já Ana Carmem e Marcelo caem de pau na ideologia fascista incorporada àquele poster – é a bota em cima  da bola, um cara dominando, esmagando todo o mundo.
 
Por sua vez, Olivetto considera que o poster de 1950 do Brasil, “lembra a cultura do álbum de figurinhas”. e o que  da  Itália, de 90, “não reflete o bom gosto do país em design” E, surpreendente, julga o poster França 98, o melhor de todos, contrariando frontalmente  a opinião de Marcelo, que critica : “falta um ponto focal, a Copa. Essa é também a visão de  Ana Carmem, que gosta da obra de arte, mas ressalva: “esta muito afastada da finalidade de promover o torneio” Para justificar o voto Washington considera a Copa do Mundo  “um produto que se vende tão descaradamente, graças à imensa cobertura da imprensa mundial que o artista pode liberar uma visão mais artística do que do que didática”

Os cartazes e os times que deram ao Brasil os quatro títulos mundiais

 –  Suécia, em 1958, o Brasil revela para o mundo àquele garoto de 17 anos que se tornaria o rei do futebol – Edson  Arantes do Nascimento – PELÉ-  numa jornada memorável  sagrando-se pela primeira vez campeão mundial abrindo caminho para grandes conquistas  (foto time 58)

–  Dito e feito – Chile 1962 — o time canarinho conquista o bicampeonato mundial com a presença consagradora de Garrincha.

  – Em 1970 – um time recheado de craques garantiu no México o tricampeonato – de repente é àquela corrente pra frente. Brasil salve a seleção !

  – Nos EUA, em 1994 –sob o comando de Dunga e da tabelinha Romário – Bebeto a gloria do tetra com mais uma estrela reluzindo no peito.

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Entrevista com  Platini  –  “Aquele jogo contra o Brasil não merecia o final que teve.”
Michel Platini´ é  uma figura muito popular na França,. Como Pelé passou de jogador a  autoridade, mantendo a forma  e também o carinho das pessoas que vibraram  com ele  nos gramados. É um dos atletas gauleses mais importantes de todos os tempos, juntamente com Just Fontaine, artilheiro da Copa de 58 com 13 gols, recorde  ainda não igualado na competição. No bate- papo que manteve com Roberto Muylaert da revista Icaro Brasil, ele fez uma declaração inusitada quando inquerido sobre suas lembranças da famosa partida França e Brasil, em Guadalajara, no México, em 1986, especialmente quanto a decisão por pènalts, foi incisivo.: .”Aquele jogo não merecia o final que teve.. Aquela partida das quartas – de- final poderia ter sido a decisão da Copa do Mundo de 1986 – foi imperdível Eu errei minha cobrança, mas para a nossa sorte Júlio César e Sócrates foram tão infelizes quanto eu (assim como Zico durante o jogo) e, afinal Luis Fernandes nos salvou mandando a bola para dentro das redes brasileiras. Foi um alívio, mas nos demos mal na semifinal contra a Alemanha logo em seguida.” Para Platini, respondendo a pergunta sobre qual o melhor jogador de futebol que viu jogar não vacilou- ” Maradona sabia fazer tudo – ele era da raça dos grandes. O meio-de-campo brasileiro da época, com Zico, Falcão, Junior e Sócrates, era destaque individual e coletivo. que encantava. Boniek e Rossi, da Juventus de Turim, também. A Juventus era o melhor time do mundo na década de 80 (Roberto Muylaert).

Cadernos das Copas – 1997

Icaro Brasil (Roberto Muylaert)
Compilação -resumindo textos
sem perder a essência e 
acrescentando algo pertinente

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